Desde que a Ecoexperiências nasceu em 2013 ela teve como diretriz de todos os passeios, o turismo sustentável. Isso por que sempre acreditou ser uma segmentação que preenchia exatamente aquilo que desejava ver no no mundo, o cuidado com a natureza, valorização de saberes locais, o carinho com o viajante e a geração de renda para uma rede de pessoas. Em dezembro de 2015 uma notícia só confirmou que a agência estava no caminho certo, a ONU declara 2017 como o ano do turismo sustentável. “A declaração pela ONU de 2017 como o Ano Internacional de Turismo Sustentável para o desenvolvimento é uma oportunidade única de avançarmos na contribuição da indústria do turismo para a sustentabilidade econômica, social e ambiental, aumentando a consciência das verdadeiras dimensões do que é a indústria, por muitas vezes subestimada”, explicou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Taleb Rifai.
A Ecoexperiências em Florianópolis tem como passeio mais conhecido o roteiro para Sul da Ilha, que inclui a visita a uma ONG onde é possível conhecer a graciosa lontra, a ecologia do bicho, as ações de preservação e ajudar, já que o dinheiro da entrada é todo revertido para o projeto. A sede está na lagoa que ganhou a certificação internacional da bandeira azul, além de estar em um unidade de conservação municipal. No mesmo roteiro, uma caminhada de 1.5km para uma praia tranquila é acompanhada por um condutor ambiental que apresenta dados alarmantes da degradação Mata Atlântica, assim como identifica espécies medicinais e outras de uso de populações tradicionais. O final da trilha é recompensada por um delicioso almoço caseiro, na comunidade que vive sem acesso rede elétrica. É uma família, onde todo mundo pega junto, a mãe é a cozinheira e pai e filho se dividem no atendimento. Além de ajudar na renda da família é uma forma de valorizar esse estilo de vida e trazer uma ocupação e orgulho para os jovens. Depois do retorno a trilha, o passeio continua até o Ribeirão da Ilha. Lá, uma manezinha gente boa recebe e apresenta o processo de cultivo de ostras, que hoje é responsável pela renda de mais de 100 famílias somente no bairro. Ostra fresca e o local ideal para experimentar da iguaria, por um preço super acessível.
O outro roteiro leva as praias do Norte de Florianópolis, mas longe das badalações, e o primeiro local visitado é composto pela paisagem de praia e uma fortaleza e a guia dá uma verdadeira aula de história, sobre colonização, invasões espanholas e as imigrações europeias. Posteriormente uma caminhada pela praia, ao lado de uma unidade de conservação federal, onde o visitante conhece curiosidades do manguezal, observa caranguejos, aves e conhece espécies comestíveis da Mata Atlântica. Para o almoço, um restaurante familiar, composto por uma antiga família do bairro na beira da praia de Sambaqui, com uma comida deliciosa com base em frutos do mar. Do ladinho a mais bela interação com as simpáticas rendeiras de bilro. Uma associação de bairro, em um antigo casarão formado por rendeiras, grande parte da terceira idade. Lindo de ver o processo, as cantorias e as histórias de vida. O espaço ainda conta com diversos artesanatos da comunidade. Depois das rendeiras uma caminhada pela bucólica Santo Antônio de Lisboa, com pastel de belém, arquitetura de base açoriana e com direito de caminhar pela primeira rua calçada de Santa Catarina, onde Dom Pedro II já passou.
No final de 2015, a Ecoexperiências com base no turismo sustentável e fomento de comunidades, desenvolveu um roteiro na primeira reserva extrativista da Região Sul do Brasil, na Costeira do Pirajubáe. O roteiro faz uma visita a paisagens exclusivas, com 1.444 hectares de áreas naturais protegidas pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), demostrando o uso de forma sustentável do meio natural por populações tradicionais. O local conta com mais de 50 ranchos de pescas e passa despercebido por grande parte de turistas e moradores que circulam entre o aeroporto e o centro da cidade. O visitante é recepcionado num rancho de pescador e vai de barco conhecer bancos de areia que se formam em meio ao mar da baía Sul, acompanhados de pescadores e extrativistas artesanais. Ao chegar nesses bancos, o turista conhece a extração do berbigão, molusco bivalve que é prato típico na região, além de tentar a sorte e jogar a rede de pesca e tentar levar algum peixe da época. O passeio de barco, conta com a apresentação de moluscos nativos da região, paisagens de manguezal e vista privilegiada do cartão postal da cidade, a Ponte Hercílio Luz. Além da paisagem, o visitante com certeza se encanta com as histórias de vida e degusta de deliciosa comida caseira. “O projeto só fez sentido para a Ecoexperiências, quando percebemos que aqueles homens representavam a resistência no centro da capital catarinense, são pessoas que sustentaram grandes famílias a bordo de um barco e que com crescimento da cidade tiveram que abandonar seus ranchos por um período e perderam parte de sua matéria prima que vinha do mar. Hoje, através de muitos esforços, retomam seu espaço. São pessoas repletas de conhecimentos etnobiológicos e conscientes da importância da relação harmônica entre homem e natureza”, conclui emocionada a proprietária Jaqueline Vargas.
A agência tem intenção de expandir seus passeios para outras regiões de Santa Catarina e até mesmo outros países, como o Peru. Mas até o momento tem cada vez mais estreitado alianças na sua cidade sede, Florianópolis. Informações: www.ecoexperiencias.com.br